quinta-feira, 2 de julho de 2015

Artigo: A relação entre diversidade religiosa e diversidade sexual: Um desafio para os Direitos Humanos e o Estado Laico

A relação entre diversidade religiosa e diversidade sexual: Um desafio para os Direitos Humanos e o Estado Laico - DOI: http://dx.doi.org/10.15603/2176-1078/er.v27n1p157-176

Resumo


O presente artigo reflete sobre a relação entre diversidade religiosa e diversidade sexual no contexto dos direitos humanos e sob a perspectiva do Estado laico. Apresenta, a partir de documentos oficiais, o direito à liberdade religiosa e a consequente pluralidade no campo das religiões, bem como o direito à livre orientação sexual e identidade de gênero e o reconhecimento da diversidade sexual situada em seu contexto histórico. Busca dar visibilidade a diferentes compreensões teológicas e religiosas sobre a diversidade sexual de maneira a ampliar a perspectiva da diversidade religiosa e questionar uma suposta homogeneidade prática e discursiva nessa temática. Por fim, discute de que forma a liberdade religiosa tem-se colocado como empecilho ao reconhecimento da diversidade sexual, inclusive utilizando-se do retorno ao discurso médico sobre a homossexualidade que emergiu no século 19.

Texto Completo: PDF 

ESTUDOS DA RELIGIÃO / STUDIES IN RELIGION


CALL FOR MANUSCRIPTS FOR SPECIAL ISSUE
ON AFRICAN RELIGIONS IN THE DIASPORA

Submission Deadline September 15, 2015


The scientific journal, Estudos da Religão (Studies in Religion), published by the Graduate Program in Religious Studies of the Methodist University of São Paulo, in print since 1985, is the oldest scientific journal in Brazil of its kind.  Since 2009 it has also been published as an Open Access Journal (www.metodista.br/estudosdereligiao).  It is classified by the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), a governmental agency that regulates the quality of educational institutions, publications, and professors as A2 (in a scale with the maximum note A1).

Studies in Religion is dedicated to the study of the phenomenon of religion.  It gives special attention to the relations between religions and social sciences, psychology, theology, history, literature of the biblical world and religious practices of diverse social strata.

The theme for the December 2015 issue is “African Religions in the Diaspora.”  The journal seeks original submissions from varied disciplinary and transdisciplinary perspectives that consider any contemporary or historical aspect of religious experience, practice, thought, text, etc. related to the appearance and/or expression of African religions and spirituality outside of the African continent.  We conceive of “African” and “diaspora” in the broadest possible terms, inviting scholars to expand the frontiers of conventional disciplinary approaches and frameworks in theorizing the scope of African experience in diaspora settings and the formation of diasporas influenced by the dispersal and migration of African-descended peoples to global spaces beyond the African continent. Taking into consideration the socio-historical, cultural and existential environments in which African diaspora religions appear and proliferate is central to the task of accounting for religious formation, transformation, innovation and institutionalization.  Thus, we welcome submissions that map understudied spiritual landscapes of African religious thought and practice as well as those that document the global spiritual reach of African diaspora communities over centuries of movement and resettlement and the diverse conditions under which those diasporas have emerged.  We also invite contemporary studies that offer new insights into theorizing African religions in diaspora regions from any angle, including performance, ritual, aesthetics, materiality, sensory, linguistic, cognitive, gender, sexuality, race, environmental, transnational, political and philosophical, to name a few.

Texts should be sent via the online system in the gateway of Metodista: https://www.metodista.br/revistas-ims/index.php/ER.  To submit an article the author should register at the gateway.

Presentation of articles:

The text should be between 15 and 20 pages (single spaced. New Times Roman, size 12, 2.5 cm margins), including bibliographical references.  The articles submitted should be unpublished and not under consideration for publication by any other entity.  The cover page should contain the title of the article, the name of the author, and abstract (which should include the title).  The abstract should not exceed 120 words.  A brief author biography be included in a footnote after the first appearance of the author’s name, which should be beneath the principal title.

The bio should include only the following information:  highest academic degree, name of the institution which issued the degree, e-mail, and in case of researchers who work in Brazil, indication of the so-called Curriculum Lattes.

Additional guidelines for authors are published on the Studies in Religion website.

Special Issue Guest Editor Bio:

Dianne Marie Stewart was born in Kingston, Jamaica, and grew up in Hartford, CT.  She has a B.A. degree from Colgate University in English and African American Studies, a M. Div. degree from Harvard Divinity School and a Ph.D. degree in systematic theology from Union Theological Seminary in New York City.  Dr. Stewart is an associate professor of Religion and African American Studies at Emory University.  There, she teaches courses and mentors students in the graduate and undergraduate programs.  Dr. Stewart is the author of Three Eyes for the Journey: African Dimensions of the Jamaican Religious Experience (Oxford University Press, 2005).  She is near completion of her second book manuscript, Religious Vocabularies of Africa: Obeah, Orisa and Identity in Trinidad.  Beyond her work in Trinidad and Jamaica, Dr. Stewart has studied and lectured in a number of African, Latin American, and Caribbean countries, including Nigeria, The Benin Republic, South Africa, Mexico, Guatemala, Cuba, the Dominican Republic, Bermuda and Brazil.  In 2006-2007, she spent a year and a half conducting archival and field research as a Fulbright Scholar in the Democratic Republic of Congo where she focused on the history of religions in Central Africa during the slave period and prophetic religious movements in Congo today.  She aims to translate and disseminate her rich research experience in the DRC through several articles and a published book on Local and Transnational Legacies of African Christianity in West-Central Africa and the Black Atlantic World.


Dossiê “As religiões africanas na diáspora”
Editora do dossiê: Dianne Marie Stewart
Submissões até 15 de setembro de 2015

Ementa:
O tema para a edição de dezembro 2015 é “As religiões africanas na diáspora.” A revista procura respostas originais a partir de perspectivas disciplinares e transdisciplinares variados que consideram qualquer aspecto contemporâneo ou histórica da experiência prática religiosa ou de pensamentos ou textos religiosos, etc. relacionados com fenômenos ou expressões de religiões e espiritualidades africanas fora do continente Africano. Concebemos “diáspora” e “Africano” nos termos mais amplos possíveis e convidamos estudiosos[as] para expandir as fronteiras das abordagens e disciplinares convencionais e suas respectivas estruturas na teorização do âmbito da experiência africana nos contextos da diáspora e na formação das diásporas, influenciadas pela dispersão e migração de pessoas de origem africana para espaços globais para além do continente africano. Levanta-se em consideração os ambientes sócio-históricos, culturais e existenciais em que as religiões africanas da diáspora aparecem e proliferam, sendo eles centrais para a tarefa de contabilização da formação, transformação, inovação e institucionalização religiosa. Assim, esperamos reunir nesse dossiê submissões que mapeiam paisagens espirituais do pensamento e das práticas religiosas africanas ainda pouco estudados, bem como aquelas submissões que documentam o avanço espiritual e global das comunidades africanas da diáspora ao longo de séculos de movimento e de reassentamento nas diversas condições nas quais essas diásporas têm surgido. Nós também convidamos estudos contemporâneos que oferecem novas aproximações epistemológicas sobre religiões africanas em regiões da diáspora a partir de qualquer ângulo, entre outro, a partir da sua performance e do seu rito, da sua estética ou materialidade, nas perspectivas sensorial, linguístico e cognitivo, do gênero, da sexualidade, da raça, do meio ambiente, ou a partir dos seus aspectos transnacional, política e filosófica.


A respeito da editora do dossiê:
Dianne Marie Stewart nasceu em Kingston, Jamaica, e cresceu em Hartford, CT. Ela é graduada pela Universidade Colgate em Letras (inglês) e Estudos Afro-Americanos. Seu Mestrado ela fez na Harvard Divinity School e seu Doutrado em Teologia Sistemática no Union Theological Seminary, Nova York. Dr. Stewart é professor associado de Religião e Estudos Afro-Americanos na Universidade de Emory onde ela dá aulas e roeinta discentes no programa de pós-graduação e em cursos de graduação. Dr. Stewart é o autora de Three Eyes for the Journey: African Dimensions of the Jamaican Religious Experience.Oxford: Oxford University Press, 2005, e está completando seu segundo manuscrito de livro, chamado Religious Vocabularies of Africa: Obeah, Orisa and Identity in Trinidad.  Além de seu trabalho em Trinidad e Jamaica, Dr. Stewart estudou e lecionou em vários países da África e da América Latina e do Caribe, incluindo a Nigéria, a República de Benin, África do Sul, México, Guatemala, Cuba, República Dominicana, Bermuda e Brasil. Em 2006-2007, como um bolsista da Fulbright na República, ela fez uma pesquisa de campo na República Democrática do Congo. Nesse pesquisa, ela focou na história das religiões na África Central durante o período de escravos e nos movimentos religiosos proféticas contemporâneos. Ela tem como objetivo traduzir e divulgar a rica experiência de investigação do programa de Ciências da Religião através de artigos e um livro publicado sempre focando no Legado do Cristianismo Africano na África Centro-Ocidental e do Mundo Negro Atlântico.


CHAMADA DOSSIÊ - 1º. Semestre de 2016
 Gênero, neoconservadorismos religiosos e resistências

 Organizadoras:
Profa. Dra. Florence Rochefort – Diretora de Pesquisa do Centre National de La Recherch Scientifique – CNRS (Paris)
Profa. Dra. Maria Eleonora Sanna – pesquisadora do Grupe Sociétés, Religions, Laïcités (GSRL/CNRS)
   Como reação ao poder do gênero como conceito que questiona ao mesmo tempo o fenômeno religioso e o processo de secularização e, em reação a certas evoluções internas dos mundos religiosos (acesso das mulheres, de gays e de lésbicas à posição de autoridade religiosa; teologias feministas e queer...), verifica-se o avanço de neoconservadorismos religiosos. A fim de reafirmar a sua crítica à modernidade, o seu apego aos valores tradicionais e a defesa da ordem estabelecida, estes não hesitam em dar resposta ao conjunto de questões colocadas pelo gênero em matéria de democracia sexual. Para isso, esses conservadorismos renovam a sua linguagem política e comunicacional, articulam, às vezes, alianças “contra a natureza” e reforçam o seu arsenal argumentativo.  Perseguem assim o objetivo de uma reconfiguração contemporânea das normas religiosas de gênero.

No catolicismo o recurso ao termo « novo », por exemplo, « novo feminismo », « nova evangelização », reflete o apego à moral sexual tradicional e a defesa da heteronormatividade, tidas como pilares de uma “nova modernidade”.
Nos mundos protestantes estabelecem-se alianças inéditas entre a direita política e as igrejas em matéria de direitos sexuais e reprodutivos (criminalização do aborto e das homossexualidades, principalmente nos Estados Unidos e na América do Sul).
Num contexto pós-colonial, a questão dos direitos das mulheres e das liberdades sexuais permite, igualmente, lançar luz sobre o aumento de correntes fundamentalistas islâmicas transnacionais.
O judaísmo também é marcado por expressões de hostilidade crescente à democracia sexual.
 Como caracterizar esses neoconservadorismos religiosos? Quais são os seus principais focos? Em matéria de estatuto e de direitos das mulheres, de liberdades sexuais e de normas de gênero, quais dinâmicas internas eles geram?  Quais são os discursos, as práticas e as manifestações relativas ao gênero, em conexão com quais ideologias? Quais teologias da sexualidade elas mobilizam? Com quais oposições internas eles se confrontam? Quais convergências podem-se constatar entre os diferentes mundos confessionais? Quais normas e políticas de gênero eles defendem para o conjunto das sociedades? Quais são as relações de oposição ou de convergência com correntes feministas? Quais elos eles mantêm com neoconservadorismos políticos? Quais análises podem suscitar os elos entre neoconservadorismos religiosos, movimentos identitários e pós-colonialismo?
 Fazendo frente a cada uma dessas manifestações religiosas neoconservadoras, organizaram-se perspectivas críticas e resistências, a fim de dar voz a outras maneiras de conceber religião e sexualidade, para além das normas heterossexistas.

Artigos, em francês, inglês, espanhol e português, com 30000 a 40000 caracteres, podem ser recebidos até janeiro de 2016.

Genre, néo conservatismes religieux et résistances

Florence Rochefort et Maria Eleonora Sanna
  En réaction à la puissance du genre comme concept qui interroge à la fois le fait religieux et les processus de sécularisation, et en réaction à certaines évolutions internes des mondes religieux (accès des femmes et des gays et lesbiennes à l’autorité religieuse ; théologies féministes et queer …), on observe la progression de néo-conservatismes religieux. Afin de réaffirmer leur critique de la modernité, leur attachement aux valeurs traditionnelles et la défense de l’ordre établi, ceux-ci n’hésitent pas à répondre à l’ensemble des questions posées par le genre en matière de démocratie sexuelle. Pour ce faire, ces conservatismes renouvellent leur langage politique et communicationnel, ils mettent parfois en place des alliances « contre-nature », et ils renforcent leur arsenal argumentatif. Ils poursuivent ainsi l’objectif d’une reconfiguration contemporaine des normes religieuses de genre.
 En catholicisme le recours au terme « nouveau », par exemple « nouveau féminisme », « nouvelle évangélisation », désigne l’attachement à la morale sexuelle traditionnelle et la défense de l’hétéronormativité inscrites comme piliers d’une « nouvelle modernité ».
Dans les mondes protestants des alliances inédites s’établissent entre la droite politique et les églises en matière de droits sexuels et reproductifs (criminalisation de l’avortement et des homosexualités, notamment aux Etats-Unis et en Amérique du sud).
Dans un contexte postcolonial, la question des droits des femmes et des libertés sexuelles éclaire également la montée de courants fondamentalistes islamiques transnationaux.
Le judaïsme est aussi marqué par des expressions d’hostilité croissante à la démocratie sexuelle.
 Comment caractériser ces néo conservatismes religieux ? Quels sont leurs points de focalisation ? En matière de statut et de droits de femmes, de libertés sexuelles et de normes de genre, quelles dynamiques engendrent-ils en interne ? Quelles sont les discours, les pratiques et les manifestations liés au genre en lien avec quelles idéologies ? Quelles théologies de la sexualité mobilisent-ils? A quelles oppositions internes se confrontent-ils ? Quelles convergences entre différents mondes confessionnels constate-t-on ? Quelles normes et politiques de genre défendent-ils pour l’ensemble des sociétés ? Quels sont les rapports d’opposition ou de convergence avec des courants féministes ? Quels liens entretiennent-ils avec les néo conservatismes politiques ? Quelle analyse peut-on faire des liens entre néo conservatismes religieux, mouvements identitaires et postcolonialité ?
 Face à chacune des ses manifestations religieuses néo conservatrices, se sont organisées des points de vue critiques et des résistances pour faire entendre d’autres façons de concevoir religion et sexualité au-delà des normes hétérosexistes.
 Les articles en français, anglais, espagnol et portugais, des 30 à 40 000 signes sont à rendre pour Janvier 2016.